Glossário Paraense: Chibé
- daquiloquesecome
- 5 de ago. de 2021
- 2 min de leitura
"Alfredo foi à cozinha ver Eutanázio tomar um chibé. Não quis jantar". (1)
Através de Dalcídio Jurandir inauguramos um espaço importante no @daquiloquesecome: o "Glossário da Alimentação Paraense". Isso mesmo, através dele vamos conhecer um pouquinho mais sobre os termos e nomes da cozinha no Pará, já que a alimentação nos permite uma linguagem própria e repleta de significados históricos e culturais. Hoje vamos conhecer um pouquinho mais sobre a palavra Chibé. Sobre o xibé ou chibé, José Verissímo nos diz que: “ Xibé, bebida preparada com farinha e água. É o que no Sul chamam jacuba (termo africano). De tibé, caldo. Esta corrupção do t em x não me parece natural. Julgo antes que xibé seja a
corrupção de Xe-tibé, o meu caldo, a minha bebida". Para Veríssimo, essa mudança na língua dava-se uma vez que quando perguntavam aos grupos indígenas que faziam uso desse alimento:"que liquido era aquelle que tinha na cuia, elle respondia Xe-ribé ( amudança do t em r na primeira pessoa é natural no tupi-guarani), isto é o “meu caldo”, o que explica que o actual xibé dos paraenses e amazonenses se corrompesse dessa expressão”. (2)
Vicente Chermont de Miranda por sua vez, nos aponta que:" CHIBÉ, s.m - Farinha-d'água mui diluída em água. Etim. Barbosa Rodrigues dá-lo como de che, mim, y água, né para (3). No Pará, também se toma "chibé com pirarucu de brasa” segundo nos diz Alfredo Oliveira.(4) Mas, também com camarão, peixe assado ou apenas ele como fazia Eutanázio.
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💬 E você já tomou chibé? Eu adoro com peixe assado na brasa e camarão, mas, sem açúcar, porque chibé pra mim é "salgado", às vezes tempero com cheiro verde.😊🙃 Me conta tua experiência com o chibé?
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📚✍🏽Referências.
(1) Jurandir, Dalcídio. Chove nos Campos de Cachoeira. Bragança: Pará.grafo Editora, 2019. p. 226.
(2)VERÍSSIMO, José. Revista Amazônica. 2ª ano, tomo II. N° 8 e 9, janeiro e fevereiro, 1884, p. 141.(3) Miranda, Vicente Chermont de. Glossário Paraense [ Coleção de Vocábulos Peculiares à Amazônia e Especialmente à Ilha do Marajó]. Universidade Federal do Pará, 1968. p. 22. (4) OLIVEIRA, Alfredo. Belém, Belém. São PAULO: Empíreo, 2015, p. 32.
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