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Aluá no Rio de Janeiro.

  • Foto do escritor: daquiloquesecome
    daquiloquesecome
  • 12 de set. de 2021
  • 2 min de leitura
E por falar em Aluá, em 1826, quando de passagem pelo Rio de Janeiro, Debret faz essa aquarela cuja descrição nos diz "Aloá, limons doux, Cannes à sucre lês rafraîchissements d'usage pendant lês après-dîners d'été".

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Aluá, limões doces e canas-de-açúcar, os refrescos usuais nas trades de verão.(1) No Rio de Janeiro, nas tardes de verão o Aluá era muito consumido. Na imagem podemos ver na ponta esquerda uma mulher colocando Aluá num copo enquanto a outra mulher tem ao seu lado um pote de barro, com copo e um "coco com cabo de madeira, espécie de colher e ao mesmo tempo medida de capacidade que lhe serve para tirar do pote a bebida suficiente para encher a xícara que é vendida a dez réis". (2) Algumas freguesas se aproximam para comprar a bebida.

Debret ainda nos traz informações importantes deste comércio, segundo ele: " Há, como se pensa, sem dúvida, no Rio de Janeiro, durante o excessivo calor do verão, um grande consumo de bebidas refrescantes, principalmente do econômico Aluá, arroz macerado e açucarado, o néctar da classe pouco abastada. Vêm em seguida a Lima (Limão doce) e a canas-de-açúcar, vegetais aclimatação que oferecem, nessa época, o socorro benéfico de seu suco em plena maturação (...) O aluá, bebida muito refrescante, é uma água de arroz fermentada, ligeiramente acidentada, algo açucarada, e muito agradável para beber". (3) E ainda, "Se a vendedora de aluá acrescenta ao seu comércio a venda da cana-de-açúcar, ela a vende cortada em pedaços chamados de cana em rolos, preparação bem adequada para espremer mais facilmente o suco(...) amarrados em feixes de sete ou oito pedaços (...) são vendidos a dez réis cada um". (4) Se observamos com atenção a mulher a direita parece vender ao menino e sua mãe, a cana em rolos.

O registro de Debret é uma fonte importante para percebemos as práticas alimentares no início do século XIX, no Rio de Janeiro, mas que também refletia o consumo em outras partes do Brasil.

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Referências.

📸 François Débora, Paris;Madame Morize, Paris; Robert Heymann, Paris; Raymundo de Castro Maya Rio de Janeiro; Museus Castro Maya Rio de Janeiro. In: Debret e o Brasil Obra Completa 1816-1831. Julio Bandeira e Pedro Corrêa do Lago. Nova edição revisada e ampliada. Editora Capivara, 2013. 🔖Qualquer óbice em relação a imagem por favor nos avisar.

(1) (2)(3)(4)Debret, Apud, p. 212.

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